Bispo Carlton Pearson: “O inferno não existe”
O Cristianismo, com base nos ensinamentos do próprio Senhor Jesus, prega a existência do inferno para os pecadores que não se arrependem. Mas essa verdade bíblica, que é óbvia para muitos, se tornou problemática para o Bispo Carlton Pearson, de acordo com notícia recente de ABC News.
Pearson era um pastor pentecostal que costumava pregar com grande ênfase na prosperidade
material. Ele é conhecido como cantor gospel e seus CDs e vídeos já ultrapassaram mais de 750.000 vendas no mercado evangélico, tendo um alcance bastante significativo, até mesmo no Brasil. Ele cresceu num ambiente com muitas orações em línguas estranhas e louvor exuberante. Seu pai e seu avô eram também pastores, da velha linha pentecostal, que pregava o inferno em chamas. Aos 16 anos, ele já expulsava demônios. Seu amor pela Palavra de Deus era tão intenso que ele matriculou-se na Universidade Oral Roberts, conhecida instituição pentecostal de ensino nos EUA.
Com o passar dos anos, ele teve a oportunidade de pregar para estádio lotados e audiências de TV. Sua igreja em Tulsa, Oklahoma, cresceu tanto que semanalmente 16.000 pessoas costumavam freqüentar os cultos. Ele também era convidado a participar dos grandes eventos evangélicos, e chegou a dar aconselhamento aos presidentes Clinton e Bush.
Durante todo esse tempo, Pearson pregava a mensagem cristã essencial: Todos nascem pecadores. Todos estão indo para o inferno… a menos que aceitem Jesus como Salvador.
Uma pregação dele na década de 1990 deixava bem claro para o público ouvinte: “Graças a Deus, não preciso ir para o inferno, muito embora eu mereça o inferno”, ele pregou. “Mas Jesus me substituiu por sacrifício vicário, conquistou a morte, o inferno e o túmulo, e hoje eu tenho a vitória”.
Seu foco, porém, era principalmente a prosperidade material.
Contudo, ao se dedicar ao estudo profundo da Bíblia em grego e hebraico, Pearson passou a experimentar uma crise espiritual. Quanto mais ele estudava a Bíblia nas línguas originais, mais ele a via não como a Palavra de Deus, mas como um livro sobre Deus escrito por homens.
Sua experiência de família também contribuiu para sua crise. Ele começou a se angustiar com o destino espiritual de seus familiares que não eram cristãos. “Como é que dá para eu amar um deus que está torturando minha avó no inferno?” desabafou ele. Ele revoltava-se também com o fato de que seus avós, tão ativos em pregações, “se desviaram”, cometendo adultério e aprendendo a amar o vício do álcool. Estariam eles no inferno também?
Em seus questionamentos, Pearson ouviu uma voz que lhe disse que o inferno é aqui na terra. Ele creu nessa voz. Desde então, ele prega uma mensagem diferente do que ele dizia no passado: “O amargo tormento da idéia de um Deus irado, irracional, distante, severo, duro, irredutível, implacável e intolerante é o próprio inferno. É paganismo, superstição”.
As revistas evangélicas o condenaram. Sua denominação o considerou herético. Da sua igreja de 6.000 membros só sobraram menos de 300 pessoas. Os líderes pentecostais não mais o convidaram para suas conferências e eventos.
Pearson considerou essa fase difícil um inferno.
Mas ele persistiu na nova mensagem e aos poucos sua igreja está crescendo. Muitas pessoas de outras denominações, que também são rotuladas de heréticas, estão se juntando a Pearson. “Eu acho que o inferno é um estado da mente”, disse Teresa Reed, membra da igreja de Pearson.
Num domingo recente, Pearson pregou: “Podemos passar por um inferno, mas ninguém vai para o inferno. Minha esperança é que as pessoas aprenderão a se amar, a se aceitar e a se celebrar. Isso é algo bem dramático, mas penso que salvará o planeta”.
Se o inferno não existe, então não faz sentido os cristãos lutarem contra o pecado e pregarem o Evangelho da salvação aos pecadores. Por isso, não é de estranhar que, de acordo com o site homossexual The Advocate, recentemente o Bispo Pearson liderou centenas de pastores evangélicos dos Estados Unidos num comício para pressionar o Congresso americano a aprovar uma lei antipreconceito que dará autoridade para o governo federal investigar e punir crimes com base na real ou percebida orientação sexual, gênero, identidade de gênero das pessoas. Na ocasião, ele declarou: “A questão não é direitos especiais, mas direitos iguais para os filhos de Deus que amam o mesmo gênero. Essa questão é da mais elevada importância moral…”
Pearson é autor do livro The Gospel of Inclusion (O Evangelho da Inclusão), um termo que, junto com diversidade, tem muito apelo entre os ativistas homossexuais. A mensagem do livro é essencialmente universalista. O universalismo ensina:
- A morte de Jesus na cruz e Sua ressurreição pagaram o preço para que toda a humanidade tenha vida eterna no céu, sem necessidade de que alguém se arrependa de pecados e receba salvação.
- Não é necessário que alguém creia em Jesus Cristo para ir para o céu. A salvação é incondicional, garantida pela graça de Deus a todos os seres humanos.
- Toda a humanidade terá seu destino no céu, quer percebam esse fato ou não.
- Toda a humanidade irá para o céu, independente de religião, inclusive aqueles que acreditam em religiões falsas ou adotam alguma outra forma de crença religiosa ou que não tenham nenhuma crença religiosa.
O Evangelho da Inclusão inclui a todos e não exclui ninguém ou, como diz a própria propaganda do livro: “No Evangelho da Inclusão, o Bispo Pearson corajosamente explora as doutrinas das principais religiões, que pregam exclusão, e conclui que de acordo com a evidência da Bíblia e a lógica irrefutável, elas não podem ser verdadeiras. Em vez disso, ele nos oferece o Evangelho da Inclusão — a verdade simples e chocante de que todos já estão salvos pelo sacrifício de Jesus Cristo”.
Uma coisa que Pearson percebeu é que ao pregar que quem pratica o homossexualismo não vai para o inferno, muitos homossexuais começaram a aparecer em sua igreja.
Pearson deixa bem claro para eles: o inferno é aqui na terra e os demônios do inferno são, entre outras opções, a chamada “homofobia” — toda e qualquer aversão ou oposição ao homossexualismo.
Seu sonho é conhecer Nelson Mandela que, conforme ele mesmo diz, já está no céu. Como socialista radical, Mandela abriu as portas da África do Sul para leis favorecendo o aborto, o homossexualismo e a bruxaria. Por algum motivo estranho, o Evangelho pregado por Pearson abre antecipadamente as portas do céu para indivíduos como Mandela.
Embora seus amigos pentecostais do passado o tenham abandonado, ele descobriu que ao abraçar a ideologia esquerdista novos amigos surgiram — e os esquerdistas não o acusam de herético. Aliás, com muita simpatia, a grande mídia esquerdista americana lhe dá destaque e oportunidades, sem nenhuma condenação. Com a ajuda desses novos amigos, o Bispo Carlton Pearson pretende levar seu Evangelho da Inclusão ao mundo inteiro.
Fonte: www.juliosevero.com
Bispo Carlton Pearson: “O inferno não existe”
Reviewed by Ezequiel Ramalho Gomes
on
fevereiro 29, 2020
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