BÊNÇÃOS TEMPORAIS, ESPERANÇAS ETERNAS
Texto Básico: 2Reis 6.24–7.20
Para ler e meditar durante a semana
Domingo – Dt 28.1-68 – Bênçãos e maldições;
Segunda – 2Rs 1.1-17 – Não existe Deus em Israel?;
Terça – 2Rs 5.1-26 – Graça de graça;
Quarta – 2Rs 13.1-24 – O favor de Deus para reis infiéis;
Quinta – Mt 9.1-33 – A autoridade de Jesus;
Sexta – Rm 8.18-39 – Os sofrimentos e a expectativa;
Sábado – Ap 21.1-8 – O tabernáculo de Deus com os homens
Domingo – Dt 28.1-68 – Bênçãos e maldições;
Segunda – 2Rs 1.1-17 – Não existe Deus em Israel?;
Terça – 2Rs 5.1-26 – Graça de graça;
Quarta – 2Rs 13.1-24 – O favor de Deus para reis infiéis;
Quinta – Mt 9.1-33 – A autoridade de Jesus;
Sexta – Rm 8.18-39 – Os sofrimentos e a expectativa;
Sábado – Ap 21.1-8 – O tabernáculo de Deus com os homens
INTRODUÇÃO
Os ministérios de Elias, de Eliseu e o de Jesus se parecem muito por causa dos milagres realizados neles. Em todos os casos, as maravilhas operadas trataram de problemas circunstanciais, mas não se limitaram a eles, referindo-se também, e principalmente, a quem Deus é e quais são os seus planos redentivos para seu povo e para todo o universo a longo prazo. Ao chamar as pessoas a conhecer o Senhor e a depositar nele sua confiança e esperança, os milagres apontaram para um poder extraordinário cuja ação já iniciara, mas que ainda seria muito maior. O alcance imediato e futuro da ação poderosa de Deus será o tema de nosso estudo.
I. UM PODER QUE JÁ COMEÇOU A AGIR
1. Os milagres realizados nos dias de Elias e Eliseu cobriram vários aspectos da vida. Explique cada um deles, relacionando-os com a vida e a obra de Jesus:
a) Poder contra a fome
b) Poder contra ameaças externas
c) Poder contra a enfermidade
d) Poder contra a morte
a) Poder contra a fome
b) Poder contra ameaças externas
c) Poder contra a enfermidade
d) Poder contra a morte
Os milagres realizados por Elias e Eliseu tocaram diversos aspectos da vida. Israel enfrentava crises de vários tipos e elas não eram problemas casuais, mas consequência dos pecados da nação. Em Deuteronômio 28.15-68 lemos sobre as maldições divinas proferidas contra aqueles que violassem a aliança do Senhor. Entre elas estavam a seca, a fome, as enfermidades, a guerra e, por fim, a própria morte.
Mergulhados na idolatria e na corrupção, os israelitas precisavam aprender que a resposta a todas aquelas crises era a obediência ao Senhor. A atuação dos profetas não visava solucionar temporariamente os problemas que assolavam Israel, mas ensinar que Deus é a única fonte de vida e bem-estar e que ele, em seu poder, supre todas as necessidades de seu povo. De sua parte, ele permaneceria fiel à sua aliança (Mq 7.18-20).
Façamos um breve relato dessas demonstrações de poder.
A. Poder contra a fome
A maioria dos milagres realizados por Elias e Eliseu teve como objetivo o suprimento da necessidade básica de alimentação. Os servos de Deus e aqueles que se colocaram sob a direção dos profetas foram alimentados pelo Senhor de forma miraculosa.
Tais milagres demonstraram o poder de Deus sobre a natureza. Para sustentar os seus servos o Senhor evidenciou sua completa autoridade sobre os seres viventes ordenando a corvos que levassem regularmente pão e carne para Elias em seu esconderijo junto ao ribeiro de Querite (1Rs 17.4-6). O Senhor mostrou também poder sobre os elementos materiais e domínio sobre os recursos naturais quando multiplicou o azeite e a farinha da viúva que hospedava Elias (1Rs 17.14-16), o azeite da viúva do discípulo de Eliseu (2Rs 4.1-6) e os vinte pães e algumas espigas ofertadas por um efraimita aos profetas (2Rs 4.42-44). Em todos esses casos, o Senhor providenciou sustento suficiente para todos os envolvidos.
De modo especial, no cuidado dos seus servos, o Senhor utilizou o poder de conceder a recursos naturais propriedades diferentes das habituais. Foi o que ocorreu quando Eliseu jogou sal em uma nascente e tornou potáveis as águas impróprias, fazendo férteis as terras de uma cidade (2Rs 2.19-22). De novo, isso aconteceu quando ele jogou farinha numa panela e tornou comestível um alimento venenoso (2Rs 4.38-41). Nessas ocasiões, além de prover alimento imediato para os discípulos, a ação do profeta deu ao povo a possibilidade de retirar seu sustento futuro de uma terra até ali produtora de males.
Esse mesmo poder sustentador foi manifestado muitas vezes e em grau muito maior por Jesus. Por meio da rede de seus discípulos, duas vezes Jesus promoveu uma pesca maravilhosa (Lc 5.1-11; Jo 21.1-13). Pelo anzol de Pedro, Jesus pagou o imposto devido ao templo (Mt 17.27). Duas vezes ele multiplicou uma pequena quantidade de pães e peixes para alimentar milhares de pessoas (Mt 14.13-21; 15.32-38). A capacidade de alterar os elementos foi manifestada quando nosso Senhor transformou água em vinho (Jo 2.1-11).
B. Poder contra ameaças externas
Eliseu atuou várias vezes nos conflitos militares em que os israelitas se envolveram. Apesar da rebeldia de seu povo, Deus mantinha a sua misericórdia e o profeta foi o motivo de várias vitórias de Israel.
No conflito contra Mesa, rei de Moabe, a presença de Josafá fez com que Eliseu se apresentasse e testemunhasse diante de Jorão o poder de Deus provendo, no deserto, sem chuva, água para os exércitos sedentos e anunciando uma expressiva vitória sobre os moabitas. Tal provisão dependeria da resposta do povo que, confiando na palavra do profeta, cavaria poços para reter a água a ser enviada por Deus (2Rs 3.13-20).
Noutra ocasião, Eliseu atuou revelando ao rei de Israel os planos secretos dos siros e concedendo-lhe vitória militar em diversas ocasiões. Tal auxílio foi mais uma demonstração dos benefícios propostos caso o rei israelita buscasse a comunhão com o Senhor.
Numa próxima investida contra Israel, Ben-Hadade, o rei siro cercou Samaria e provocou uma calamidade. O rei israelita, desesperado, colocou sobre o Senhor e seu profeta a culpa da tragédia e ordenou a morte de Eliseu. Em resposta, Eliseu anunciou para o dia seguinte o fim da guerra e a abundância de suprimentos. O cumprimento de tal previsão era tão improvável que o capitão do exército a considerou impossível, mesmo que Deus fizesse janelas no céu para despejar suprimentos. No entanto, isso aconteceu, porque os siros fugiram apressados abandonando todas as suas provisões ao ouvir o som de um numeroso exército (2Rs 6.24–7.20).
Buscando paralelo no ministério de Jesus, observamos que ele também exerceu o poder de Deus contra ameaças externas. Duas vezes o Mestre acalmou o mar cuja fúria podia matar os seus discípulos e demonstrou que os elementos naturais lhe obedeciam por ser ele o Filho de Deus (Mt 8.23-27; 14.22-33). Jesus mostrou também conhecer os pensamentos de seus adversários e expôs a maldade de seus corações (Mt 9.3-4), exibindo o mesmo poder que atuara em Eliseu.
C. Poder contra a enfermidade
A história de Naamã apresenta o poder de Deus sobre as enfermidades (2Rs 5). Naamã era um vitorioso general siro que sofria de lepra. Num dos ataques a Israel, foi levada cativa para sua casa uma menina israelita. Apesar de sua condição, essa menina falou à esposa de Naamã acerca do poder do profeta de Israel. Tratava-se, certamente de um desafio “evangelístico”. Naamã deveria abandonar a confiança em seus deuses e nos profetas de sua terra, para buscar o auxílio de Eliseu, o profeta do Senhor.
Sua primeira reação foi, como fazem os pagãos, tentar comprar o favor divino com sua influência (uma carta do seu rei) e com sua riqueza (uma grande quantidade de ouro, prata e roupas finas). A carta de recomendação foi, porém, dirigida ao rei de Israel, não ao profeta Eliseu. Ao recebêla, o rei Jorão rasgou suas vestes por considerar aquele pedido um pretexto para a guerra. Ao saber da reação do seu rei, Eliseu o questionou: “Por que rasgaste as tuas vestes? Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel” (2Rs 5.8).
Sem dar qualquer importância à comitiva e aos presentes recebidos, por intermédio de um mensageiro Eliseu mandou Naamã banhar-se sete vezes no rio Jordão, o que chocou o general siro. Além de não receber qualquer distinção, o comandante viu todas as suas ofertas desprezadas e soube que a sua cura nada custaria. Bastaria um simples banho num rio, para ele, insignificante. Tudo o que se requeria de Naamã era fé, era crer nas palavras do profeta.
Após um momento de indignação, aconselhado pelos seus servos, Naamã lavou-se no Jordão e foi curado. Geazi quis tirar proveito dessa “graça gratuita” e negou a mensagem da salvação pela graça ao exigir um pagamento de Naamã. Agindo desse modo Geazi denegriu o próprio Deus da graça, pois o fez semelhante aos deuses pagãos, os quais, segundo os seus adoradores, cobram pelos favores supostamente feitos e pelo socorro alegadamente prestado. Por essa razão, Geazi e sua descendência foram punidos com a lepra de Naamã.
Essa é a única cura registrada na história desses profetas. No entanto, curas foram frequentes no ministério de Jesus. Ao curar toda a sorte de enfermidades, nosso Senhor despertava a admiração e o louvor das multidões (Mt 9.8,33; Lc 7.16). O registro desses sinais nos conduz a crer que ele é o Filho de Deus por meio de quem temos vida (Jo 20.30).
D. Poder contra a morte
A suprema demonstração do poder de Deus é certamente sua vitória sobre a morte. A Escritura diz que esse é o último inimigo a ser destruído (1Co 15.26).
A ressurreição de seu filho morto fez a viúva de Sarepta reconhecer como verdadeira a palavra do Senhor dita por Elias (1Rs 17.24). A rica mulher sunamita, cheia de fé, não desistiu até que Eliseu a acompanhou para ressuscitar seu filho (2Rs 4.19-37). E, mesmo depois de sua morte, Eliseu participou na ressurreição de um rapaz que voltou à vida após tocar nos seus ossos (2Rs 13.21).
A ressurreição de mortos foi central no ministério de Jesus (Mt 9.23-25; Lc 7.11-17). A ressurreição de Lázaro, morto havia quatro dias (Jo 11.1-46), tem um relato detalhado. Na ocasião, Jesus anunciou: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente” (Jo 11.25-26).
Finalmente, o próprio Jesus passou pela experiência da morte e da ressurreição e, assim, ficou demonstrado de modo poderoso ser ele o Filho de Deus (Rm 1.4).
Agora, como as primícias dentre os mortos, ele retornará e ressuscitará todos os mortos (1Co 15.20-28).
As ações extraordinárias dos profetas de Deus e de seu próprio Filho nos mostram que a maldição e a miséria do mundo estão sob o controle da graça divina. As dores não devem nos levar ao desespero, mas a buscar refúgio em Deus e o auxílio do Senhor em todos os aspectos de nossa vida. Nas Escrituras vemos que podemos confiar em Deus em todas as necessidades. Sua provisão é tudo de que precisamos para enfrentar e superar as adversidades.
II. UM PODER QUE ANUNCIA O MUNDO PORVIR
2. Explique por que, a partir da ressurreição final, é possível afirmar que todas as manifestações do poder de Deus podem ser chamadas de primícias?
3. O que isso deve despertar em nós?
4. Que transformação os filhos de Deus e a criação devem esperar? (cf. Ap 7.16-17; 21.4)
A menção à ressurreição final nos faz reparar que todas essas manifestações de poder, ainda que maravilhosas, são parciais e limitadas frente à demonstração plena e final do poder de Deus na consumação dos séculos. Ou seja, já experimentamos o poder redentor de Deus sobre a criação, mas ainda não vemos a plenitude do que esse poder realizará. Por isso, podemos chamar esses milagres e as demais manifestações do cuidado de Deus de primícias. Os primeiros sinais de um mundo que está sendo preparado para os crentes. Como anunciado no início, esse é o foco desta lição.
Tais providências suprem as necessidades temporais dos crentes, mas não eliminam a causa da fome, das guerras, da enfermidade e da morte. A necessidade de pão se repete todo o dia, guerra e rumores de guerras nos ameaçarão por toda a história do mundo, os hospitais e clínicas estão cheios de enfermos e mesmo aqueles que foram ressuscitados pelos profetas e por Jesus tornaram a morrer. Isso porque as causas dessas dores são a maldição do pecado e a condição de miséria a que estamos submetidos desde o pecado de nossos primeiros pais.
Assim somos despertados a olhar mais adiante. A esperar por um tempo em que não apenas as nossas necessidades sejam supridas, mas no qual não haja nenhuma das fontes de tristeza e miséria que hoje nos assolam. Os milagres podem ser feitos aos milhares, mas as boas-novas dizem respeito à salvação e redenção dos homens e esse é o coração do evangelho: “o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido” (Lc 19.10).
Ao sermos apresentados ao poder de Deus sobre as coisas e acontecimentos deste mundo, somos instruídos a respeito do poder daquele que pode cumprir a promessa de nos preparar lugar.
Em sua visão no Apocalipse João contempla os cuidados de que desfrutam os crentes que vieram da grande tribulação: “Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum, pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima” (Ap 7.16-17).
No mesmo sentido uma voz do céu anuncia acerca da Nova Jerusalém: “E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Ap 21.4).
É essa transformação completa que os filhos de Deus e toda a natureza esperam. Paulo fala da ardente expectação da criação pela revelação dos filhos do Deus, momento em que ela será libertada de seu cativeiro. Nós também, por meio da experiência das primícias das primícias do Espírito, aguardamos a redenção de nosso corpo (Rm 8.18-25).
Os sinais realizados por Elias, Eliseu, Jesus e por outros, bem como as respostas divinas às orações de seus servos ao longo da História nos estimulam a crer e a esperar que o poder de Deus se estabeleça plenamente no seu reino. A presença de Deus, antes experimentada por meio de seus profetas, depois encarnada em Jesus e hoje vivida na habitação do Espírito Santo, será plena e permanente quando estivermos juntos para sempre no novo céu e na nova terra. Hoje somos bem-aventurados quando vivemos as primícias do Espírito, mas aguardamos uma alegria indizível quando experimentarmos na eternidade a plenitude de Deus e de sua redenção.
CONCLUSÃO
5. Hoje eu aprendi que: ____________________________
A realização de milagres foi um dos meios pelos quais Deus marcou a sua presença em momentos específicos da história de seu povo. Eles apontam para a benção e o cuidado que todos os dias o Senhor dispensa aos que nele confiam, mostrando que nenhuma necessidade de seu povo está além do controle de Deus e da provisão de sua graça.
Mais do que isso, desfrutamos do cuidado redentor de Deus por meio da obra de Cristo e da presença do Espírito Santo, bênçãos já reais, mas que trazem consigo a promessa de um novo tempo em que essa redenção se manifestará plenamente e todas as dores deste mundo serão eliminadas. Na consumação do século, Deus transformará toda a criação para que não haja mais fome, doenças, guerras ou morte, e estaremos para sempre com o Senhor.
APLICAÇÃO
Você tem sido uma testemunha do poder de Deus em cuidar de seus filhos? Em que situações esse cuidado se mostrou mais evidente? E sua esperança tem sido fortalecida por esses acontecimentos? Quando passa por tristezas, tem encontrado conforto na promessa da transformação de todas as coisas e da redenção dos filhos de Deus?
>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cultura Cristã, na série Expressão – O Evangelho do Antigo Testamento. Usado com permissão.
BÊNÇÃOS TEMPORAIS, ESPERANÇAS ETERNAS
Reviewed by Ezequiel Ramalho Gomes
on
agosto 01, 2016
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