Por quê? Por quê caem os valentes?

Resultado de imagem para ponto de interrogação

Na altura do quilômetro 30 da BR 343 da auto-estrada que liga a cidade de Altos a capital Teresina, no Estado do Piauí, encontra-se erguido um grande memorial de concreto armado. Nele, se lê em letras garrafais a seguinte interrogação: Por quê? 

Há alguns anos naquele local, um caminhão de carga chocou-se com um ônibus de passageiros. Doze pessoas tiveram suas vidas ceifadas em conseqüência daquela colisão. Foi uma tragédia! Por quê? E a grande pergunta que fazemos após presenciarmos uma tragédia. Por que morrem todos os dias crianças inocentes? Por que há tantas catástrofes? Por que existe o mal? Por que caem os valentes? 

As respostas das três primeiras perguntas não são tão fáceis de serem dadas, elas envolvem diretamente a soberania de Deus. Mas quanto à quarta pergunta, embora ofereça um certo grau de dificuldade para ser respondida, acredito termos elementos suficientes nas Escrituras Sagradas para responder-lhe. Um dos pressupostos básicos da lei da física é "que toda ação, provoca uma reação". 

Isto pode ser dito de outra forma: "Para todo efeito há uma causa que o determina". Isso significa que é possível encontrarmos a partir dos efeitos, as causas determinantes de nossos porquês. Voltemos ao acidente entre os dois veículos para entendermos o que está sendo dito.





Ao chegar no local do acidente, a perícia constatou que o motorista do caminhão invadiu a pista do ônibus. Esse acidente foi causado, portanto, pelo motorista do caminhão. Quer estivesse cansado, embriagado ou dopado, ele foi responsabilizado pela culpabilidade moral de seu ato. O motivo e a resposta deste fato satisfaz à nossa racionalidade. Mas nem sempre é assim. 

A história humana é um volumoso arquivo onde estão registradas as mais diferentes e contradizentes respostas aos mesmos porquês. Na Grécia antiga, por exemplo, um filósofo querendo responder o porque da origem de tudo, recorria à água como sendo o elemento formador desse princípio. Por outro lado, um outro filósofo achava que o elemento oposto, o fogo, explicaria melhor essa mesma origem. São os mesmos porquês, mas com respostas radicalmente diferentes. 

Platão recorreu ao mundo das idéias, um mundo completa- mente diferente do nosso e ao qual ele chamou de inteligível para explicar a existência de tudo. Para ele, o porquê da existência de nosso mundo sensível encontrava-se nesse mundo ideal, do qual o



nosso mundo dos sentidos era apenas uma cópia imperfeita, já Aristóteles achava que não necessitava de nada disso. Para ele, tudo estava aqui e as respostas dos porquês poderiam ser dadas a partir daqui mesmo. Os escolásticos (também denominados filó- sofos da Escola), na Idade Média, acreditavam que seus métodos eram plenamente confiáveis na explicação dos porquês relaciona- dos às verdades físicas e religiosas. 

Todavia, o filósofo francês René Descartes (1596 - 1650), em seu livro O Discurso do Método, procurou demolir essa certeza dos escolásticos e oferecer uma nova resposta para esses porquês. Descartes, autor da famosa frase: Penso, logo existo, achou que faltou bom senso por parte dos pensadores que o precederam ao elaborarem as respostas para seus porquês. 

Gottfried Wilhelm Leibiniz (1646 - 1716) achava que as Mônadas, uma espécie de unidade panteísta formadora de todas as coisas, explicaria com precisão o porquê da dinâmica do cosmo, mas por outro lado Immanucl Kant (1724 - 1804), filósofo alemão, achou puro delírio as idéias de Leibiniz. Para Kant, as idéias do autor da teoria monadológica eram inviáveis uma vez que em lugar de dados experimentais ele contou simplesmente com argumentos racionais. 

O próprio Kant achava que as respostas que a igreja dava para os porquês eram destituídas de valor, uma vez que ela não podia comprová-las com a experiência. Novos porquês e suas Respostas Pois bem, a partir de Descartes uma visão tecnicista ou cartesiana do universo se popularizou. Esse novo paradigma seria conhecido como modernismo ou cientificismo. Esse novo modelo via o funcionamento do cosmo assemelhai" Se ao do uma máquina. 

Por aproximadamente três séculos o modernismo reinou absoluto na cultura ocidental, todos os porquês teriam suas respostas dadas à luz das novas descobertas científicas. Aquilo que não passasse pelo crivo da razão e recebesse comprovação científica deveria ser posto de lado. As respostas dos porquês dadas pela religião foram colocados sob suspeição ou simplesmente ignoradas. Os filósofos dizem que um paradigma ou modelo está fadado ao fracasso quando ele não consegue mais dar resposta satisfatória aos novos porquês. Surge assim um novo paradigma. Foi exatamente isso o que aconteceu com o modernismo. 

Com o advento da física quântica, novas descobertas revelaram um universo diferente daquele imaginado pelo modelo cartesiano. Nas décadas de 60 e 70, esse novo paradigma, também denominado pós-modernismo ou ainda de holísmo, passou a dominar todas as áreas do saber. As respostas dos porquês dadas pelos pós- www.ebooksgospel.com.br/blog 12 modernos levam em conta o todo e não apenas suas partes como fazia o modernismo. Quando perguntamos: Por que caem os valentes?, estamos diante de um porquê cuja resposta transcende à nossa racionalidade, isto é, ela não depende somente do nosso entendimento racional para ser dada, depende também da revelação divina jorrada nas páginas da Bíblia Sagrada sobre a


natureza e o ofício desses agentes do Reino de Deus. 

Isso, no entanto, não significa dizer que as ciências humanas não tenham suas importantes contribuições nas respostas de muitos porquês, elas têm sim; todavia o que é preciso ficar bem claro é que têm suas áreas de ação bem delimitadas. A psicanálise, por exemplo, sabe tudo sobre o inconsciente, mas não tem nada a dizer sobre aquilo que a Bíblia chama de o velho homem. A psicologia tem muito a nos dizer sobre o comportamento dos humanos, mas nada sabe a influência que Satanás causa sobre esse mesmo comportamento. A sociologia fala muito sobre agregação social, mas o que diz sobre o trabalho desagregador dos demônios em meio a essa mesma sociedade? Nada. Não é competência dela. O nosso porquê, definitivamente, só terá sua resposta dada de forma satisfatória se nos fundamentarmos nas Escrituras Sagradas. Portanto, é nosso projeto nos apoiarmos no Livro Santo.

Pr. José Gonçalves, Por quê caem os valentes
Por quê? Por quê caem os valentes? Por quê? Por quê caem os valentes? Reviewed by Ezequiel Ramalho Gomes on outubro 11, 2016 Rating: 5

Nenhum comentário

Deixe seu Comentário!