O que nos é dito pelos outros. O que dizemos a nós mesmos.
Por Roger Ellerton PhD
Todos nós formamos
modelos mentais, em relação ao que acreditamos que seja real e o que não seja.
Esses modelos estabelecem como as coisas devem ou não ser feitas e o que é
possível ou não para nós. Para alguns, esses modelos mentais restringem
severamente o nosso potencial, o nosso desfrute da vida e a nossa capacidade de
nos relacionarmos com outras pessoas. Contudo, outros têm modelos mentais que
fornecem todo tipo de oportunidades positivas.
Chamamos esses modelos mentais de realidade e, muitas vezes, mesmo quando existe evidência significativa em contrário, nos damos conta constantemente desses sistemas.
Chamamos esses modelos mentais de realidade e, muitas vezes, mesmo quando existe evidência significativa em contrário, nos damos conta constantemente desses sistemas.
A interpretação
das nossas experiências.
Quando crianças,
tomamos decisões que, de alguma forma, nos mantém seguros - evitam ou minimizam
sermos abusados (física ou verbal) ou abandonados. E, muitas vezes, nós mesmos
assumimos que fomos a causa de tudo que aconteceu - por exemplo, a morte
prematura de nossos pais - e, ao fazermos isso, juramos, em nível inconsciente,
nunca mais fazer isso de novo. Estabelecemos modelos mentais do mundo com a
intenção de nos proteger de causar tais distúrbios no futuro. Como resultado
nos colocamos como consequência de tudo que acontece e a caminho de nos tornarmos
vítima. Quando crianças, esses modelos mentais podem nos servir bem. No
entanto, alguns carregam esses modelos, que operam em um nível inconsciente,
para a idade adulta e se perguntam por que obtém os resultados que obtém e por
que não estão vivendo a vida que desejam.
O que nos é dito
pelos outros.
Geralmente, os
pais ou outros adultos são bem-intencionados na disciplina ou no ensino das
crianças. No entanto, os comportamentos que eles selecionam e as palavras que
usam são, muitas vezes, inadequadas e quando interpretadas pelos olhos e
ouvidos de uma criança têm um significado diferente. Considere o pai que quer
desesperadamente ver o seu filho ser bem-sucedido e, por exemplo, diz para ele:
"Se continuar agindo desta forma, você irá crescer e será um
ninguém." Esse tipo de motivação pode satisfazer a necessidade dos pais,
porém a criança pode ouvir e começar a desenvolver um modelo mental tipo
"eu não sou bom." Um estudo recente realizado por pesquisadores da
Universidade de Iowa descobriu que em uma família típica com crianças de 2 a 8
anos, a proporção de comentários negativos em relação aos positivos falados
pelos pais aos seus filhos era de treze para um. Ou seja, para cada comentário
positivo, o filho ouvia treze comentários negativos. Se você viveu nesse tipo
de ambiente quando criança, que modelo mental você formou sobre si mesmo, sobre
os outros e sobre o mundo a sua volta?
O que dizemos a
nós mesmos.
Nós estamos
falando para nós mesmos o tempo todo - muitas vezes num nível inconsciente.
Dizemos para nós como somos maravilhosos e, muitas vezes, como estragamos tudo.
Para muitos de nós, os pensamentos negativos são muito, mas muito mais
frequentes do que os pensamentos positivos. Embora cada pensamento por si só
seja insignificante, esses pensamentos podem se acumular ao longo do tempo
formando barreiras para aquilo que nós realmente queremos e desejamos na vida,
tal como os insignificantes e pequenos pólipos de corais que se juntam para
formar enormes recifes de coral.
Para superar esse
condicionamento, precisamos nos tornar conscientes dos nossos modelos mentais e
explorar as origens dos nossos pensamentos e das crenças e valores (que muitas
vezes não são nossos, mas de outra pessoa) que assumimos durante a nossa
infância. Comece prestando atenção nos seus pensamentos diários e nos
julgamentos sobre si e sobre os outros. Ao fazer isso, fique curioso sobre as
crenças e valores subjacentes a partir dos quais você está operando,
especialmente a origem deles, e explore a possibilidade de que esses pensamentos,
julgamentos, crenças e valores possam estar incorretos. Você também pode
explorar a intenção positiva por trás dessas crenças e valores (segurança, por
exemplo) e considere se a intenção positiva ainda é relevante (por exemplo,
funcionou para você quando criança, mas não como adulto) ou se ela pode ser
obtida de uma maneira diferente - uma maneira que ofereça menos efeitos
colaterais negativos e mais benefícios positivos. No dia-a-dia, você pode
querer experimentar novos comportamentos - não os impostos pelos seus
pensamentos antigos - e perceber as mudanças que você pode fazer na sua
interpretação do que é ou não é possível para você. Ao implementar novos
comportamentos, nem sempre você será bem-sucedido. Nessas ocasiões, lembre-se
das palavras de Thomas Alva Edison: "Eu não falhei. Eu só encontrei 10.000
maneiras que não funcionaram."
Fonte: Roger Ellerton PhD é consultor certificado de
administração, fundador e sócio gerente da Renewal Technologies
O que nos é dito pelos outros. O que dizemos a nós mesmos.
Reviewed by Ezequiel Ramalho Gomes
on
abril 01, 2016
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